terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Poema do amor torto.

Por favor, não me queira mais. Não volte mais para mim. Prefiro que seja assim por que o amor que tenho pra te dar não te cabe. Você quer um amor que não posso te dar. Um amor perfeito, sem erros, como amores de novela. Bem ao estilo folhetim. Amor com jeito de conto de fadas. Esse tipo não é o meu. Desculpe, mas sou mais o sapo. Amo com o coração, de corpo e alma. Meu amor é despenteado. Meu amor é daqueles imperfeitos, cheio de altos e baixos, colorido por temores e inseguranças. Meu amor tem dias chuvosos de trovoadas. Uns dias de garoa e outros com sol. Meu amor se faz à tarde, tarde. Mas antes tarde. Meu amor arde. Meu amor caminha a passos consistentes, num ritmo compassado que cresce assim como avança estrada adentro. Meu amor é daqueles que você percebe a intensidade nas minhas faltas e nos meus rompantes. Aliás, faltas não faltam no meu amor. Meu amor é cheio de erros e enganos. Por favor, não volte para mim se o amor que você procura não tem defeitos. Meu amor segue a batida do coração, com dor, com piedade, com afeto, com carinho, mas acima de tudo com verdade. Não volte mais para mim. Quero ter a tranqüilidade de amar com calma, sem vigiar as ações que tomo. Quero viver um amor que me permita pedir perdão. Perdão de menino travesso que desobedeceu a mãe. O que eu tenho para dar são somente os meus sentimentos impuros. Mas seriam seus se os quisesse. Seriam todos seus e somente seus. Meu ciúme, meus carinhos, meu amor e meus egoísmos. Seriam todos seus. Meu amor é assim como esse poema. Sem estrofes, rimas e perfeições da academia. Mas se aprende a amar na escola?
Quem procura o amor como quem procura uma tábua de salvação não encontra o amor no coração. Para amar com verdade tem que se doar sem vigiar. Tendo o amor como norte se tem a vida nas na balança. Às vezes mais pendente que equilibrada, mas sempre com verdade nos pesos.

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