sexta-feira, 15 de abril de 2011

Das aspirações lunares.

Se um dia perguntarem-me quais os motivos que pesam na minha felicidade. Se algum dia cometerem essa intromissão nas minhas particularidades e quiserem me investigar, por inveja ou por quererem me seguir, direi que são pelas luas que meço o tamanho da minha felicidade.

O antigo clichê de que, parece que nos conhecemos a mais tempo do que na verdade nos vimos, cai por terra quando as luas novas somem no horizonte.
Não por ser parnasiano que espero as luas. São por elas que me recobro do tempo que nos pertencemos. São por elas que percebo onde estou no tempo e no espaço. E é por você que sei aonde irei. Pois antes de tê-la pelas bênçãos da lua, caminhava perdido, sem rumo e pensando que essa falta de caminho já era em si o caminho a ser trilhado.

Nada como um bom alísio de bombordo para que saibamos o valor de alterar as velas e seguirmos sem brigar com a força que nos impulsiona. São essas forças que quando nos entregamos sem lutar, descobrimos novas terras. Assim como ocorria com os antigos navegadores, que atribuíam à Poseidon, Netuno ou mesmo à Tétis a sua fortuna ou sua desgraça. Mas quando o recebiam em paz, as boas surpresas os queriam.

Não sei de meses, dias e horas. Anos, muito menos. Sei que luas nos velam e nos guardam. Corresponder aos novos ventos vindos de fora me fez saber que não sei para onde irei, pois ora à bordo e ora à bombordo encaminham os ventos. Ora alísios, ora minuanos permeados por tormentas eles vêem, mas sei que contigo irei.