terça-feira, 29 de julho de 2008

Identidade própria.

Segui um conselho do Jabor outro dia. Ele disse no rádio: vejam o filme Nome próprio. E teceu um belo texto em defesa do argumento do filme e principalmente da atriz. Como bom diretor de atores que foi defendeu a atriz com propriedade. Dou continuidade ao coro. Vejam Nome Próprio. É um filme que marca. Está além da questão de gostar ou não. É uma necessidade. Temos todos, seres humanos em busca de algo, que ver o filme. Camila, a protagonista é intensa, perdida e entregue. Assim como todos nós, mas Camila tirou o freio e se lançou no mundo sem se perguntar se sentiria dor das decepções que por ventura encontrasse. Sua busca era por si, pela busca de si mesma. O que ela mais queria era se encontrar. Ela começa sua busca por si no outro, assim como nós fazemos. Colocamos a culpa pela nossa felicidade, pelo nosso fracasso, pelo sucesso e por tudo mais no outro. Camila não é diferente. O que a diferencia de nós é a intensidade, por que Camila dá mais importância ao ser que ao ter. Mais sentir que ao viver. Viver com o sentido de busca pela vida e não pela busca do sentido. Camila vive na plenitude, com erros e acertos, mas com a busca sempre infinita. Camila tem sua meta traçada. Ela veio a esse mundo pra buscar quem é. Não para ser feliz, casar, ter filhos, construir casa, viajar... ela veio em busca de si. Acho que a busca de Camila é a busca de cada um de nós por nós mesmos. Perceber o que somos e o que queremos ser. Ser enquanto essência, e não como profissão, emprego ou status social. Outro dia fiz uma pergunta a um querido casal de amigos: - vocês mudaram muito a sua essência quando se perceberam como pessoa, um ser humano autônomo, quando tinham por volta de 7, 8 anos de idade? A resposta deles foi igual a minha. Não. Não mudamos. Todos nós mudamos os gostos, acrescentamos algumas coisas, retiramos alguns medos, mas a essência do ser continua inalterada. Continua intocada, incólume. Façam-se essa pergunta. Respondam a si mesmos. Descobri que essa minha essência estava jogada em um canto qualquer, esquecida, escondida pelo trabalho, projetos e anseios de uma vida confortável. Mas quando enfim, chegar o dia em que esses projetos estarão completos, o que me restará? Olharei para dentro e verei aquele mesmo garoto de 7 anos que descobriu que seus medos, anseios, desejos, são a base para a formação do que ele se tornou. E espero sinceramente que a minha essência esteja ainda inalterada e que tenha me ajudado a chegar aonde chegarei.

Vejam o filme, vale a pena. Aliás, eu adorei

domingo, 27 de julho de 2008

Almoço de Domingo

Domingo. Uns amam, outros odeiam. Mas não é um dia que podemos dizer ser uma quarta-feira qualquer. Quarta tem jeito de meio do caminho. Não é nem inicio nem fim da semana. Coisa esquisita. Feriado em quarta-feira só não é pior que feriado no domingo. Que já nasceu feriado. Foi Deus quem disse!

É aquela beleza. Familiada e os agregados, todos reunidos. Esses domingos me lembram aquela música do Titãs, Família - cachorro, gato, galinha... Eu sempre tive vontade de dar uma turbinada nesses almoços de domingo. Sair do churrasco, frango, macarrão. Mas num dá pra fazer um almoço de ação de graças americano nos nossos domingos, mas rola uma caprichada. Vamos de frango mesmo. Como não podia deixar de ser, assado. As mudanças devem ser lentas e graduais. Já ouviram isso? – Perguntem aos seus pais. Uma das minhas ex-namoradas comia somente frango como opção de carne. Tive que me virar pra sair do lugar comum. Tenho uma pequena coleção de receitas de frango, e confesso, adoro um bem feito.

Vamos fazer um frango assado pra 6 a 8 pessoas. Um frango de uns cinco quilos. Digamos que um desses é quase um peru. Mas assim é melhor. Peguemos a ave, já devidamente limpa e deixamos reservada em uma vasilha na geladeira. Precisaremos de ovos. De dez a doze ovos. Separamos as claras das gemas. Utilizaremos somente as claras. Bateremos antes do ponto de neve. Bater na mão, ok? Nada de batedeira. Isso influi diretamente no ponto que precisaremos atingir. Chegaremos a um ponto coeso, firme, mas sem ser em neve. Depois de batidas colocaremos duas mãos generosas de sal grosso nas claras. Depois disso colocaremos essa mistura envolvendo o frango. Isso mesmo. Envolveremos nossa ave nesse preparado de clara com sal grosso. O mesmo sal que usamos para salgar a carne do churrasco. Colocamos o bichinho no forno pré-aquecido a 200 graus e o deixamos lá por 45 minutos. Criar-se-á uma fina camada enrijecida da clara com o sal. Tire-o do forno e quebre suavemente a camada de sal com um martelo de amaciar carne. A pele deve estar dourada e bem fina. Toda a gordura do frango está na clara de ovos. Foi tudo absorvido pelo sal. Sirva com um purê de batatas doces. Faz-se da mesma maneira que o de batatas normais. Querem a receita? Batatas cozidas na água. Passe-as no amassador manual. Manteiga na panela em fogo baixo. Manteiga derretida passe a massa de batatas pela panela. Vá juntando aos poucos um pouco de leite desnatado e mexa sempre. Ao final, desligue o fogo e coloque salsinha desidratada e noz moscada. Darão um toque suave ao pire também três colheres de creme de leite. Uma dica também para esse prato é uma entrada com uma boa salada. Folhas de rúculas frescas e lavadas. Alfaces americanas e crespas. Folhas displicentemente rasgadas com as mãos. Tomatinhos cerejas cortados em cruz. Fatias finas de mangas e morangos. Caso queiram coloquem também bolinhas de mussarela de búfala. Eu gosto da minha salada somente com azeite. Mas se quiserem façam um molho de iogurte azedo. Fácil demais de fazer. Um iogurte desnatado. Sal, azeite, orégano, salsinha desidratada, misture tudo numa vasilha e pronto. Deve ficar um molho fino. Quase aguado mesmo.

Depois de um almoço de domingo desses até a segunda-feira fica boa. Bebida é água. Comida é pasto. Você tem fome de quê?

sexta-feira, 25 de julho de 2008

100 anos de paixão na solidão.

Uma amiga querida lendo um dos meus textos no Blog comentou: você deve colocar aqui aquela história dos cem anos do Galo que você viveu no USA. Pensei, é tem razão. O causo é bom. Mas pensei um tempo antes de me arriscar, afinal de contas nunca me meti a escrever sobre futebol, ainda mais com referencias como o mestre Armando Nogueira, Nelson Rodrigues - O Mestre Jedi e outros tantos, passando até por Chico Buarque. Assim, o risco é grande. Mas como esse mineiro aqui tem medo de pouca coisa. Vamo lá!

Essa é primeira vez. Como foi também meu Debut fora do país. Confesso, não morro de amores pela América do Tio Sam, mas minhas irmãs moram lá. Fui vê-las nas férias. Lembrei de levar comigo amarelinha da seleção, um dos símbolos mais reconhecidos mundialmente do nosso país. Pensei comigo, os brazucas têm fama de boa gente, se a coisa apertar por lá, boto a amarelinha e tenho passe livre pra qualquer canto. Mas aí, com a mala já pronta e fechada, lembrei do manto sagrado. A camisa do Glorioso. Para quem não conhece, o Galo. Ou com nome e sobrenome; Clube Atlético Mineiro. Não quis nem saber. Saí alguma coisa pro Galo entrar. Dito e feito. Tirei alguma coisa que nem lembro mais o que e entrou a camisa nove. Eternizada pelo ídolo Reinaldo, o Rei. Afinal de contas o Galo iria fazer 100 anos quando ainda estaria de férias na América.

Minha homenagem no dia do centenário foi vestir a camisa do Rei e sair desfilando com ela pela terra do surf. É, garota eu fui pra Califórnia. Nesse dia acordei e disse pra minha irmãzinha: hoje vamos tomar café da manhã na rua. Ela me olhou meio sonolenta e concordou, afinal foram 5 anos sem o Big Brother aqui. Devidamente vestido e pronto para bater pernas fomos nós. Depois do café, deixe-a no trabalho e comecei o desfile, parecia mais uma peregrinação. Fui a todos os lugares turísticos de Encinitas em um só dia. Até que me lembrei que havia uma loja de camisas de Soccer por lá. Nem pensei duas vezes. Fui lá. Quando entrei, camisas do mundo inteiro. Da Arábia, Egito, Austrália, os times mais famosos do mundo com e destaque para as seleções da Azurra e para Amarelinha. Um verdadeiro deleite. Dei uma circulada pelo local e cheguei no balconista. Perguntei pra ele se ele conhecia a camisa que eu estava vestindo. Ele com uma cara meio sem graça, mas com honestidade, disse que não. E comecei a contar a historia que esse time foi o primeiro campeão brasileiro de futebol, ou soccer, como queiram. Que naquele dia estava fazendo 100 anos da sua criação. Que era um dos times de futebol mais respeitados e queridos do Brasil. Que tinha uma torcida apaixonada e que nunca abandonava o time. Inclusive nos momentos mais difíceis. Por que era uma relação de amor do time com sua torcida. Até falei com ele: - abra o site da FIFA ai brow. Tem uma matéria citando os 100 anos do Galo. Ele abriu e viu o tamanho da importância do Clube. Me deu razão e mais atenção. Até por que eles acham que todos nós nascemos com a bola nos pés. Ganhei credibilidade e respeito do cara. Afinal de contas era um brasileiro falando de futebol. Para eles é a mesma coisa do Papa falando de Deus. No final da nossa conversa por que a essa altura ele percebeu que eu não iria comprar nada disse pra ele: Se você não tem uma camisa dessas aqui sua coleção está banguela. Saí de lá com a sensação de que havia nascido ali mais um atleticano. Quando esse gringo aportar por aqui com certeza irá ao Mineirão provar do rochedão e sentir o calor da massa atleticana.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

A vingança das esposas traídas

Essa nova atitude da polícia dos estados do Brasil com a famigerada Lei Seca, tem tirado algumas megeras do armário. Houve dois casos que me chamaram bastante atenção. Um empresário falou com a esposa que iria para uma outra cidade a trabalho. Arrumou a malinha deu beijinho nas crianças, prometeu e presente e se foi. Mas na verdade ele foi para a gandaia com os amigos na mesma cidade onde reside, ou residia por que o que se seguiu é motivo mais que suficiente para o cara se mudar. Imagine que o coitado estava voltando bêbado pra casa dirigindo o seu carro e de repente, não mais que de repente, um poste desavisado e ainda por cima fora da faixa resolve atravessar a rua. Pelo menos se o danado do poste estivesse ficado com a luz acesa nosso pobre empresário o teria visto e desviaria, mesmo bebendo como bebeu. Resultado. A esposa ficou sabendo na delegacia que o marido ao invés de estar descansando o sono dos justos num hotel qualquer na cidade dita, estava na verdade no xadrez. Sabe o que ele mais implorou aos policiais? – Por favor não contem para a minha esposa! Prato cheio pros canas que adoram sacanear um pobre coitado. B.O. duplo. Na delegacia e em casa. Vai ver se a policia não foi chamada pra separar uma briga de casal na região.

A outra foi melhor. O cara saiu pra beber com os amigos. Os bares foram fechando, fechando e eles trocando de bar. Até que todos fecharam. Ao invés de irem pra casa foram tomar a saideira. Foram para num posto de conveniências. Para escapar das Blitz ele bebeu até de manhã, por que a essa hora não há razão de ter blitz na rua. Afinal, as pessoas deveriam ir para o trabalho e não voltar da gandaia, pensou nosso amigo. Resultado. Bateu o carro e pôs o pijama. Não é nome de filme. É sério. O cara bateu o carro, correu pra casa e se enfiou debaixo dos lençóis. A esposa deve, com razão, ter ficado muito puta e guardou mais essa. Mas pensou: essa num tarda. E não tardou mesmo. Pouco depois de o mancebo cair nos braços de Morfeu com seu álibi listrado de cor de burro fugido, a policia bate à porta para informar que haviam encontrado o carro do coitado todo batido. E perguntaram se houve roubo. Para quem? Para a esposa. Ela não pensou duas vezes. Entregou o banana de pijamas.

O melhor nesses dois casos foi a vingança das esposas. E detalhe, nem força elas fizeram pra tanto. O universo conspirou e os policiais trabalharam. Resultado; a casa caiu.

Agora maridos, namorados, amantes, noivos e compromissados de plantão. Enganar a esposa pra ir beber com os amigos da 7 pontos na carteira e multa de 995 paus. Se o cara for reincidente, divórcio. Ai a conta sai mesmo cara.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Alimento pro corpo e alma

Penne ao camarões e a açafrão.

Bom, como todo cozinheiro, se é posso ter a pretensão de assim me intitular, que aprendeu a fazer alguns quitutes à beira do fogão com a mãe, eu faço tudo meio de olho, sem medidas exatas. Minha mãe me diz que a cozinha é uma alquimia. E acho que a maior delas é você sentir quando as coisas darão certo na panela, sem medidas. Como se mensura uma pitada? Suas mãos são maiores que as minhas, com certeza.

Esse prato é típico do mediterrâneo, culinária que mais aprecio pela combinação de cores e sabores. Ali se juntou tudo, o velho continente, a terra, o mar e a Ásia. Esse prato é ideal para os dias quentes de verão.

Receita para duas pessoas.
Meio pacote de penne (Barilla de preferência)
300 g de camarões graúdos limpos e SEM CASCA (um dia conto essa)
Uma pitada generosa de açafrão em pó.
200 g de ervilhas tortas
Manteiga
Sal
Noz moscada e pimenta do reino (moídas na hora)
Farinha de trigo (uma colher de sopa)
Dois copos de leite desnatado

Modo de fazer:
Coloque a massa na água quente depois de estar fervida. Coloque sal somente depois que a água ferver. Deixe a massa cozinhar por 10 minutos no máximo. Retire a massa al dente do fogo. Escorra e deixe esfriar.
Ferva os camarões também numa água já fervente com sal. Bastam de 5 a 7 minutos. Retire-os e deixe-os escorrer.
As ervilhas. Limpe-as e corte-as em pedaços de 2 cm mais ou menos, em diagonal. Coloque duas colheres de manteiga na panela, deixe derreter em fogo baixo. Junte uma pitada de pimenta do reino, uma pequena pitada de sal e passe-as na manteiga. De 3 a 5 minutos é o suficiente. Elas devem estar crocantes e pré-cozidas.
Vamos fazer o molho. Sabem o que é o roux? A palavrinha é francesa, então caprichem no sotaque e no biquinho. É a base de qualquer molho branco. Simples e rápido de fazer.
Deixe derreter duas colheres de chá de manteiga em fogo baixo.
Coloque o açafrão, pode ser uma colher de café cheia. Deixe vir a cor do açafrão. Quando ele estiver de cor bem viva, junte uma colher generosa de farinha de trigo na panela e mexa até virar uma massa compacta.

Em tempo, o roux é feito sem o açafrão, ok? Só colocamos o tempero ai para que ele seja puxado na sua cor e sabor.

Coloque um dos copos de leite desnatado e vá mexendo. A massa compacta será desfeita e o molho começará a tomar corpo. Caso seja necessário coloque o outro copo de leite. O molho deve ficar “aveludado”. Nem grosso como um creme e nem aguado como um caldo. Raspe um pedaço de noz moscada no molho continue mexendo. Junte a pimenta do reino. Continue a mexer. Adicione as ervilhas. Agora os camarões. E finalmente a massa. Deixe cozer por mais uns três minutos para que tudo chegue ao ponto pós Dente. (Eu prefiro assim)
Sirva com um bom vinho branco gelado ou uma champanhota.
Depois me contem se fez sucesso.

Como cozinha tem tudo a ver com arte, descobri um poema de Vinícius, o poetinha, que ele dá uma receita genial de feijoada. A mais pura expressão da arte. Feijoada é poesia e Vinícius mestre-cuca.

Feijoada à minha moda

Amiga Helena Sangirardi
Conforme um dia eu prometi
Onde, confesso que esqueci
E embora – perdoe – tão tarde

(Melhor do que nunca!) este poeta
Segundo manda a boa ética
Envia-lhe a receita (poética)
De sua feijoada completa.

Em atenção ao adiantado
Da hora em que abrimos o olho
O feijão deve, já catado
Nos esperar, feliz, de molho.

E a cozinheira, por respeito
À nossa mestria na arte
Já deve ter tacado peito
E preparado e posto à parte

Os elementos componentes
De um saboroso refogado
Tais: cebolas, tomates, dentes
De alho – e o que mais for azado

Tudo picado desde cedo
De feição a sempre evitar
Qualquer contato mais... vulgar
Às nossas nobres mãos de aedo

Enquanto nós, a dar uns toques
No que não nos seja a contento
Vigiaremos o cozimento
Tomando o nosso uísque on the rocks.

Uma vez cozido o feijão
(Umas quatro horas, fogo médio)
Nós, bocejando o nosso tédio
Nos chegaremos ao fogão

E em elegante curvatura:
Um pé adiante e o braço às costas
Provaremos a rica negrura
Por onde devem boiar postas

De carne-seca suculenta
Gordos paios, nédio toucinho
(Nunca orelhas de bacorinho
Que a tornam em excesso opulenta!)

E – atenção! – segredo modesto
Mas meu, no tocante à feijoada:
Uma língua fresca pelada
Posta a cozer com todo o resto.

Feito o quê, retire-se caroço
Bastante, que bem amassado
Junta-se ao belo refogado
De modo a ter-se um molho grosso

Que vai de volta ao caldeirão
No qual o poeta, em bom agouro
Deve esparzir folhas de louro
Com um gesto clássico e pagão.

Inútil dizer que, entrementes
Em chama à parte desta liça
Devem fritar, todas contentes
Lindas rodelas de lingüiça

Enquanto ao lado, em fogo brando
Desmilingüindo-se de gozo
Deve também se estar fritando
O torresminho delicioso

Em cuja gordura, de resto
(Melhor gordura nunca houve!)
Deve depois frigir a couve
Picada, em fogo alegre e presto.

Uma farofa? – tem seus dias...
Porém que seja na manteiga!
A laranja gelada, em fatias
(Seleta ou da Bahia) – e chega.

Só na última cozedura
Para levar à mesa, deixa-se
Cair um pouco da gordura
Da lingüiça na iguaria – e mexa-se.

Que prazer mais um corpo pede
Após comido um tal feijão?
– Evidentemente uma rede
E um gato para passar a mão...

Dever cumprido. Nunca é vã
A palavra de um poeta... – jamais!
Abraça-a, em Brillat-Savarin
O seu Vinicius de Moraes.

Petrópolis, 1962

terça-feira, 22 de julho de 2008

O número infinito

Os números sempre mexeram comigo. Do zero, que na verdade nunca entendi direito, só quando somavam na minha conta bancária, não pensem vocês que era pra direita, era pra esquerda mesmo, ao infinito. Podem imaginar representar o infinito em números? Pergunte aos garotos de 8 anos como fazem isso? Eu tentei nessa idade, depois desisti. Culpa de Descartes que sempre quis mensurar tudo. Uma vez, certo amigo me disse: Esses números e datas redondas servem, entre outras coisas, para fazermos balanço das nossas vidas. Concordo com ele. Já perceberam quando chega o fim do ano sempre nos preparamos e fazemos planos futuros? Por que estipulamos sempre o dia 31 de dezembro para fazermos nossos planos para o ano? Por que não no dia 10 de dezembro ou dia 15 de fevereiro, 24 de março, sei lá, uma data dessas qualquer. Afinal de contas a vida não começa no dia primeiro de janeiro e nem se finda em 31 de dezembro. Enfim, por essas e por outras resolvi fazer um balanço, acho que em boa hora das minhas oito ex-namoradas. Tenho 35 anos, a soma desses números é 8. Deve ser por isso.

Primeiro, acho que todo relacionamento que se preze tem que ter trilha sonora. No começo, no fim ou em momentos que te lembre a amada quando ela está longe. Ou quando você quer dizer algo, mas não encontra palavras. Ai a música entra e desempenha seu papel. Assim, cada uma delas recebeu uma musica de presente. Pode ser que elas não gostem, mas é a trilha que escolhi para o nosso namoro. Outras vezes é por causa de momentos marcantes na nossa vida juntos, ou somente por causa delas.

Quando tinha meus dezessete anos, me apaixonei pela primeira vez. E fui logo começando em alto estilo. Fui escolhido. Sim, minha primeira vez eu fui escolhido. Ela era um ano mais velha que eu. Nessa idade isso faz uma diferença bruta. Pra variar, era linda, especial. Todas foram. Para serem minhas namoradas tinham que ter uma única coisa em comum, serem especiais. E essa mocinha iniciou tudo. Foi ela quem deus os parâmetros e os paradigmas dos meus relacionamentos. Uma italianinha linda, de cabelos ruivos enormes até a cintura. Chama-se Laura. Linda figura e completamente diferente de tudo que já vira. Imagine uma criatura completamente avessa ao mundo que pertencíamos. Ela vivia com a cabeça não sei onde. Parecia sempre de férias num paraíso tropical e levava a vida assim, leve e sem pretensões. Foi ela que me ensinou o gosto pela arte e pela cultura. Certa vez me levou pra sua aula de filosofia. Era no cinema. Assistimos Teorema de Pasolini. Um choque, não o filme, mas quando eu podia imaginar que uma aula seria dada numa sala de cinema comercial? Genial isso, não? No inicio dos anos 90 era. Me encantei por esse mundo e nunca mais sai dele. Sempre me lembro dela quando vou a alguma exposição, “filme de arte” ou algo que nos remeta a experiências artísticas. Laura me deixou como legado a minha formação cultural e o gosto pelas artes. Mais que isso, me influenciou esteticamente. E me deixou também uma grande saudade, de um tempo feliz de adolescente e cheio de esperanças e fantasias. Iríamos casar e ter filhos. Foi a primeira vez que uma mulher me disse que gostaria de ter filhos comigo. Isso mexeu com um sentimento que não sabia que existia em mim. E ainda hoje me pergunto qual é. Sempre quando ouço Jovanotti, ou Gino Latino vejo Laura e eu numa pista de dança nas madrugadas de Belo Horizonte. Continue tocando Gino, continue dançando Laura.


O relacionamento com ela não poderia ter ido muito longe. Tinha acabado de descobrir que era atraente para as mulheres e isso mexeu com meu ego adolescente. Assim, por pouca coisa terminamos. Ela voltou pra Itália, casou-se e tem dois lindos bambini. Depois de Laura, Kátia. Katita. Essa sim mulher. Por que era sim uma mulher. 19 anos mais velha que eu, linda, cheirosa, mulher, me ensinou muita coisa na vida. E muito além da experiência sexual. A katita foi realmente experiência de vida. Mulher e batalhadora. Mulher linda e desejada por vários. E fui escolhido por ela, mais uma vez, escolhido. Penso que as mulheres se deixam ser fisgadas, E com seu enorme senso de altruísmo deixam a nós, pequenos homens pensarem que nós as conquistamos. Foi esse o caso com ela. Uma carioca linda, já com dois casamentos e um filho super bacana. Conheci a Kátia através de uma amiga e foi paixão, coisa de pele a primeira vista. Já sentiram arrepio na nuca só de olhar para alguém? Não? Então precisam viver isso. É mágico. É algo além do corpo físico. É mais que a malfadada química da paixão. Isso não se explica se vive. Katita me deu um monte de coisas, entre elas, me ensinou como viver com simplicidade. Era uma mulher que já tinha tido de tudo na vida. Foi muito rica. Casada com homens ricos que não entenderam o tesouro que tinham debaixo dos lençóis. Depois de descer pra perto do inferno, ela nunca perdeu o sorriso no rosto. Sempre feliz e com esperança. Sempre com amor para dar e disposta a receber pouco, somente sua atenção. Katita me deixou a simplicidade da vida e a crença nas pessoas. Quisera eu ter mais uns vinte anos a frente. Certa vez um amigo me confessou: a gente morria de inveja de você. Você com 17 anos era locutor de rádio e tinha uma namorada mais velha e com carro. Isso foi engraçado de ouvir. Como as pessoas fazem julgamentos através dos seus conceitos. Para mim, a Kátia foi algo muito maior. Foi uma mulher a quem chamei de namorada. Uma certa noite eu estava na casa dela e resolvi tomar um porre de vodka. Algum problema no trabalho ou coisa assim. Ela me ouviu a noite inteira e me pos pra ouvir Marillion e depois para cama. Nunca mais outra coisa me vem à cabeça que não ela quando ouço Marillion. Katita, Do you remember?

Recorrer a essas lembranças é as vezes prazeroso. Outras vezes, penoso. A diferença que se tem entre esses dois sentimentos é a sensação de ter se vivido tudo ou parcialmente com a amada. Foi isso que aconteceu entre mim e Flavinha. Eu já era bem mais experiente e alguns anos mais velho que ela. Ela era bailarina. As bailarinas mexem com o imaginário dos homens, sabiam disso? Lindas pernas ela tinha. Um sorriso largo fácil. O ar de criança que sempre foi presente na sua vida me encantava. Flavinha era meio Lolita. Um pouco mais vivida, é verdade, mas com ar de adolescente. Acho que não estava pronto para namorar. Ainda machucado pela partida de Laura da minha vida, não conseguia me fixar em ninguém. Só que estar com ela era tão prazeroso, tão bom, tão leve que não sentia vontade de ficar longe, ao contrario, sempre com vontade de ficar mais e mais perto. Resolvemos namorar. Fui uma vez repreendido por uma de suas tias que me disse: - Olha a Flavia num é das suas negas não! Tem que namorar certinho. Isso estragou tudo. Nunca reagi bem a esse tipo de pressão. Lido bem com qualquer tipo de pressão, mas na minha vida pessoal prefiro que ela não exista. Flavia foi tratada como uma verdadeira princesa. Acho que foi ai que errei. Perdemos o interesse súbito um no outro. Tivemos várias idas e vindas. Vivemos momentos distintos. Quando ela queria estar comigo, eu não a queria. O contrário também aconteceu várias vezes. Momentos de vidas completamente diferentes. Nunca nos encontramos verdadeiramente. Pena. Sinto que se tivéssemos realmente olhado para dentro de nós teríamos nos encontrado. Apesar disso, ela me ensinou o que é namorar de verdade. O companheirismo de quem namora. Aprendi com ela que não se namora somente com a amada, mas com a família toda. Essa era uma família deliciosa de se estar. Flavia era como o lago dos cisnes. Fazia sempre uma força enorme para ser leve. Quando ouço Chopin, ela flutua nos meus pensamentos.

Hiato. Longo hiato. Me retirei, precocemente para aparar as minhas dores de amor. Depois de longo e tenebroso inverno me achei. Juliana. Ou simplesmente Ju. Chamo nosso relacionamento de “Dois perdidos numa noite suja”, obrigado Plínio. Não nos encontramos numa noite suja. Mas na borda da piscina. Era ela minha professora de natação. Era tudo que me restava. Foi uma época punk, como costumo dizer, na minha vida. Sem emprego, sem grana, sem perspectivas. Tive que parar a faculdade. Estava completamente sem visão do futuro. Pensava que havia feito as escolhas erradas. Aí, descubro a minha salva-vidas. A Ju me salvou de algo pior. Me deu mais fôlego pra continuar. Nos agarramos um no outro como se fossemos a bóia de salvação de um barco a pique. Ela havia sofrido muito com o término de um relacionamento recente e bastante traumático. Eu precisava dela e ela de mim. Ficamos juntos durante um ano. Foi um divisor de águas. Mais maduro, mas machucado, percebi que não bastava o amor e a vontade para se fazer na vida. Descobri, quando ela me deixou, que quem nós amamos pode nos causar muita dor. Incoerente isso ainda hoje pra mim. Como alguém que nós amamos pode nos machucar tanto? Sentimentos incoerentes. Demorei mais um tempo enorme para tirar a Ju do meu coração. E ainda não saiu, nem ela, nem nenhuma delas. Possuem agora um espaço de carinho e gratidão. A Ju, no meio dessa loucura toda conseguia ter momentos de extremo amor por mim e de extrema leveza. Tem uma bandinha de rock de menininha, que costumo denominar seus pares, que ela adorava. Foo Fighters. Os caras não são lá grande coisa, mas a Ju nunca desistiu de lutar. Teve uma vez que ela terminou comigo e depois foi me procurar. Lutou por mim. Eu sabia que era questão de tempo de ela terminar comigo novamente se voltássemos. Decidi por um fim ali. Foi sofrido. Mas a Ju nunca desistiu de lutar pela felicidade dela. Aprendemos isso um com o outro.

Dessa vez não houve hiato. Fui logo emendando um namoro no outro. Agora coisa inédita. Arrumei uma namorada pela internet!!! Acreditem, em sala de bate-papo. Acho que todos nós com trinta e poucos fizemos isso na época em que a rede estourou por essas bandas. Um dia, estava num desses chats e comecei a conversar com uma certa princesa. Quando perguntei como ela era, por que não tínhamos as facilidades de trocar imagens como fazemos hoje, ela me disse, loira, olhos azuis, alta. Eu disse a mim mesmo. Na internet podemos ser quem nós quisermos. Coitada. Deixei pra lá. No dia seguinte ela me achou novamente. Trocamos e-mails, depois, mais tarde uns beijos carinhosos. Ela era filha de coronel da polícia! Imagina? Eu fui criado por uma mãe que perdeu vários amigos na ditadura militar e aprendi que com milico não se deve misturar me amarrando numa filha de milico? Nem a pau! Mas aqueles olhinhos azuis com aquelas madeixas loiras mexeram demais comigo. Não queria namorar, mas ela como boa cria militar me colocou na parede. Ou namora ou acaba aqui. Ta bom, eu namoro. Cedi à pressão. Ainda bem. Fui muito feliz com a Karina. Nos amamos muito. Sem pretensões, acho que fui muito importante na vida dela. Ela sem dúvida foi na minha. Aprendi com ela como conviver com diferenças. Ela não via preconceito em mim, eu bem moreno, queria mesmo era ser negão, mas o sangue italiano do meu pai não deixou isso acontecer, e ela com aquela coisa de sangue azul. Com essa minha mulatice a família dela já não gostava muito, imagina se fosse um africano de sangue puro? Ela me ensinou a ver além dos olhos, muito além da pele, dentro do coração e da alma. Fomos bem felizes, mas a diferenças, não de pele, mas de cultura eram realmente enormes. Isso foi nos afastando até percebermos que não estávamos mais juntos. Seguimos cada um para o seu canto. A trilha da Karina é o silencio contemplativo. Gostava de ficar olhando pra ela de maneira platônica. As vezes o silencio é o melhor companheiro.

De lá, saí direto para uma mulher um pouco mais madura. Acho que foi saudade do meu namoro com a Kátia, afinal, a Karina era muito mais nova que eu, e pensei que se estivesse ao lado de uma mulher mais madura, independente e resolvida eu seria mais feliz. Ledo engano. Me contem vocês, existe mulher bem resolvida? Essa provocação é para mim mesmo. A resposta eu sei, e não digo. Conheci a Selminha. Imaginem, essa mulher não dormia. Era uma pilha, namoramos um bom par de tempo, sempre muito bom. E ela me disse uma vez: cuide bem de mim, eu me doou muito para as pessoas que gosto. Isso aprendi com ela. Viva intensamente. Viva com toda dor e todo amor, afinal o poetinha mesmo disse que o amor só é bom se doer. Não existe amor meia boca, pela metade. A selminha, era assim. Uma espoleta, super elétrica, sempre pronta pra tudo. Pra balada, pra ficar em casa, pra viajar, pra se doar. A única coisa da Selminha que me deixava meio maluco era essa pilha dela pra tudo. Sabe que quando você se doa demais é por que não está prestando muita atenção em você mesmo. Acho que era caso dela. Ela prestava atenção demais nos outros, mas pouco em si mesma. O que faltava para mim nessa história era meu espaço. Quando começamos eu disse a ela em tom de aviso: Olha só, eu faço triathlon, por isso eu treino de manhã, de tarde e a noite. Preciso de tempo pra mim. Ela me disse que tudo bem. No início é sempre assim. Tudo é ótimo, lindo e tudo bem pra tudo. Sempre me acompanhava em treinos, provas e coisa e tal. Sempre super companheira. Mas teve uma hora que ela cansou dessa minha rotina chata de atleta amador. Rolou um surto, e pensei, é cara, fim. Mais uma vez.
Selminha tinha som para todas as horas. Um deles é Tuck&Patty. Um dos raros momentos em que ela sossegava no sofá. Ficou marcado na minha mente a exceção.

Nessa altura da vida, já não era mais um garotinho. Os relacionamentos não davam espaços para muitos erros. A pressão do casamento começava a pesar sobre meus ombros. Mas nunca me achei pronto para isso. Ainda mais que essa história de casamentos fracassados na minha família. Acho que é coisa de genética. Meu avô separou da minha avó. Minha mãe do meu pai, e a seguir o curso natural desse rio, prefiro ficar solteiro. Essa historia de casamento vale um adendo. Meus amigos todos casaram-se, ou juntaram-se. Enfim, game over para todos eles. Eu, o solteiro e o mais velho da turma que restou. E sempre me diziam, principalmente a mãe desses meus queridos amigos, você é o próximo. Eu ouvi uma piada e adotei. Havia um cara na mesma situação em que eu. Ai um dia, a mãe de um desses amigos morreu, e ele não perdeu tempo. Disse às que restaram, uma a uma: - A próxima é a senhora não é? Bom, nunca mais me encheram com essa história.

Comecei a namorar a Dani. Imaginem duas pessoas completamente diferentes em gostos e conceitos. Mas a atração foi forte. Ficamos juntos um bom tempo. Foi a namorada que mais lutou por mim. Tínhamos uns acordos muito bons. Como eu disse, o triathlon faz parte da minha vida. Ela odeia esporte, ao menos odiava. Então, eu não saia sexta à noite e ela saia. Eu treinava sábado pela manhã e ela dormia. Nos encontrávamos sempre. Mas respeitando o espaço um do outro. Isso ela me deu de presente. A gente era tão diferente que até na música era assim. Eu gosto tanto de música baiana como agulha em baixo da unha. Aliás, não sei o que me dói mais. Mas ela adora de verdade. Bom, então para a Dani. Chiclete com banana. Eca!!! Mas ela me deu esse respeito, o meu espaço. Podemos nos relacionar com uma pessoa por um longo período e ser diferente dela. Podemos conviver com as diferenças. Aliás, esse é um dos grandes segredos da vida. Não é sermos todos iguais, mas respeitar as diferenças. Aprendi muito com isso. As diferenças enriquecem tanto a gente. Não ficamos somente com um papinho intelectual ou somente sabendo da novela das 8. Olha o oito ai novamente...

Saí de BH. Fui morar em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Período de crescimento incontestável. Pessoal e profissional. Cheio de sonhos e anseios. Desejos e expectativas. Começava uma nova vida e tudo pra mim era lindo. Aliás, mais um adendo. É o céu mais bonito do Brasil. Uma coisa era certa. Eu não queria era arrumar uma namorada por lá. Por que sabia que minha passagem por lá seria exatamente isso. Uma passagem. Fui vivendo, conhecendo as pessoas, trabalhando, enfiando a cara na cultura local e achei um monte de gente bacana lá. Fiz grandes amigos, e no fim da história, uma namorada. Vocês podem pensar: - nossa esse cara é namorador hein?! Não achei que fosse, mas enfim. Acho que sou mesmo. Ou estou. Não sei qual a verdade nesse caso, mas não importa. Amani, o nome dela. Lindo né? Ela também. Imagina uma mulher linda. Ela é mais. Tivemos um relacionamento curto, mas intenso. Como eu morava só com um amigo, ela acabou por quase se mudar para minha casa. Em Campo Grande as pessoas se casam cedo. E para a idade dela já era tarde. Imaginem vocês, ela só tinha 27 aninhos e sentia uma pressão enorme por casar. Essa pressão foi parar nos meus ombros, e ai adivinhem o que aconteceu? Isso, terminamos. Pesado isso. Terminar por descobrir que não tínhamos um projeto em comum. Penso que quando os relacionamentos desgastam-se o que os segura é o projeto que os dois desejam construir juntos. Amani era muito intensa, meio menina meio mulher. Sempre me intrigou sua fragilidade e sua fortaleza. Ela transitava por esses dois mundos muito facilmente. Isso também me perturbava. Não sabia se ela precisava de colo ou se iria me pegar no colo. Depois de 16 anos do primeiro namoro me via confundido por uma mocinha. Ela tem um bom gosto raro. Uma inteligência única e, além disso, o mais importante. Aberta para experiências do mundo. Sem medo, ela caia de peito aberto em coisas novas. Ela me fascinava com isso. Adoro filosofia, essa, culpa da minha mãe. Um dia mandei um livro pra ela de presente: Mais Platão, menos Prozac. Quase meu namoro foi pro vinagre nessa hora, mas acho que a filosofia pode ter uma atitude prática. E ela gostou da parada e entendeu o senso da coisa. Tínhamos muito em comum. O gosto pelo esporte, pela boa música, boa mesa. Nos completávamos bem. Eu cozinhava e ela cuidava da apresentação dos pratos. Eu dava o clima e ela a trilha sonora. Por falar nisso, a som dela é Dave Matthews, e como não podia deixar de ser, eu adoro os caras. O que ela me deixou? Me deixou sem medo. Acho que casamento é um acontecimento. Acontece que você gosta tanto de fulano que não consegue viver mais sem ele. Ai resolvem passar o resto da vida juntos. Casamento não é um projeto de vida. Tipo; profissão: Esposa. Acho que se agora eu gostar muito de alguém como gostei dessas mocinhas num tenho mais medo de fazer o pacto de comunhão de bens. Dá-lhe Ben Jor!!!

Foram oito maravilhosas pessoas que namorei. Tivemos momentos únicos e fantásticos. Alguns ruins, mas o saldo sempre positivo. O oito é o número que representa o infinito. O nove o fim de um ciclo. Acho que o meu ta bem perto do fim. Sai melhor que entrei em todos esses relacionamentos. Graças a elas sou uma pessoa que somou com cada uma das suas qualidades. Fui feito delas. O que sou hoje devo a elas e mim, na mesma medida.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Catando o feijão

Bom gente me rendi à tecnologia. Criei o danado do Blog. Vamo ver como isso rola. Preciso da ajuda de todos vocês. Sejam todos bem vindos. Suas críticas, sugestões e principalmente seus elogios serão super bem vindos. Esse espaço é dedicado às idéias que alimentam o corpo, alma e a mente. Mandem seus textos, imagens e todas as manifestações que saiam ai dessa cachola pra ca. Bjus nos coração de vcs.