sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Lua Nova

Quando a lua nova no céu se ia, senti o calor do seu peito. Sentia suas batidas se serenando, e sua luz a se abrandar. À medida que seu coração se acalmava, o meu peito se enchia da claridade que surgia no horizonte. Meus olhos embotados das estrelas da noite sumiam perto do brilho calmo da sua luz que teimava em se ir contra a sua vontade. Seu anseio de ficar me fazia sentir mais vivo, mais livre e com mais vontade de ter-te por mais tempo.
Oh tempo! Queria que ali o tempo me desse a pausa. O segundo de um suspiro. Que percebesse que nesse profundo e calmo sentido que ali estava se encontrava mais do que as palavras podiam soletrar. De certo que se as palavras saltassem das nossas bocas tropeçariam sem sentido, num devaneio moribundo que somente faria sentido quando se fizesse presente o silêncio do seu olhar. Mas o tempo, que nunca vivera a pausa das batidas do seu peito não cedera ao meu desejo. Foi insensível na medida em que eu era invencível na minha doce vontade.
Dicotomia impensável! Você se foi, mas se fez presente. Rogo para que cada despedida seja assim, sem dor e com a cor leve dos seus olhos negros. Cada sentido meu sente que você, quando se vai, deixa um pedaço dos seus. Deve ser isso que me alimenta para te esperar por mais uma lua.