segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O ser mulher.

Sabe que tenho me tornado meio folgado com os temas das letras? Folgado no sentido mineiro quer dizer possuir um ar de arrogância, prepotência. Ando passeando por temas bastante polêmicos. Tudo começou quando minha querida amiga Natália me incentivou a escrever a crônica dos 100 anos do glorioso Galo. Futebol é coisa pra profissional, não pra amador como eu. Mas como tenho recebido alguns elogios sinceros me arrisco em mais um tema polêmico. As mulheres. Mas as mulheres no sentido da discussão que seu novo papel tem tido nas próprias vidas e na vida de nós homens. Confesso que analisar uma revolução enquanto ela acontece varia entre o achismo e as suposições. No máximo com chutes mais ou menos certeiros que saem como tiros pela culatra. Como nesse caso o que penso ser é mais um capítulo da revolução sexual dos anos 60, sigamos em frente. As mulheres representam um papel bastante importante na minha vida. Começando pela minha mãe, minhas irmãs, são três lindas meninas, além é claro das minhas ex-namoradas, que já discorri sobre elas longamente por aqui. Mas também tenho várias amigas, e amigas de coração, amigas mulheres que são realmente somente amigas. Umas que nasceram amigas, outras foram se tornando assim. O que mais ouço delas é que nós homens não sabemos o que queremos. E não sabemos mesmo. Aceitemos, não sabemos. Não sabemos inclusive lidar com essa mulher que se apresenta hoje. Independente, forte, liberal, liberada e decidida. Essa nova ordem mundial muda toda a perspectiva do relacionamento homem - mulher. O homem, antigo provedor e caçador, perdeu seu papel. Qual é o nosso agora? E a mulher, que ocupava a prateleira da fragilidade e necessitava de cuidados e carinhos? Enfrenta tripla jornada e ainda por cima está sempre linda e longe de qualquer fracasso. Pois, um erro desencadeia a já desgastada e preconceituosa frase: perdoa, é mulher! Hoje elas sustem a casa, saem atrás do marido, nos cantam nos bares. Cuidam dos filhos e ainda são nossas chefes.Onde elas se encaixam agora?
Encontro por ai uma enorme quantidade de mulheres interessantes, bonitas, independentes, boas profissionais e solteiras. Como isso pode ser? Acho que isso é culpa dos homens que não têm acompanhado com a mesma velocidade essa revolução e está nesse navio somente como passageiro, sem estar no leme ao lado de quem está dando as cartas. Certa vez me peguei bravo dizendo: essas mulheres que choram depois de terem conquistado o mundo não percebem que o mais importante elas já fizeram. Chorar por que não têm alguém? Isso para mim era covardia. Inveja minha frente às mulheres. Elas conseguem além de tudo, perceber que cada uma das necessidades ocupa seu lugar. Não há necessidade de o trabalho tomar o lugar do lazer, do amor e do prazer, como nós homens fazemos inúmeras vezes. Nós homens quando conquistamos uma posição de destaque profissional desencadeia-se uma serie de eventos que nos deixam felizes emocionalmente, mais seguros sexualmente e por ai vai. A mulher ao contrário sabe que a conquista profissional é aderente àquele tema e nada tem haver coma vida em família, por exemplo. Para nós homens, e para vocês mulheres fica a pergunta: qual o papel que cada um possui a partir de agora. As mulheres agora ficam, namoram, casam-se conosco por que querem, não mais por que precisam. Para nós homens, isso é muito incipiente. Os sentimentos no mundo masculino tendem ser tratados como coisa de viadinho. Para nós é um grande medo perceber que uma mulher está interessada em nós pelo que somos, e não pelo que temos ou pelo que possamos prover. Fica a provocação. Será que essa nova mulher está nos fazendo enxergar como somos, e não temos gostado muito que tem saído de dentro desse armário? Essa agora para as mulheres: vocês estão preparadas para lidar com esse homem mais sentimental? Não vão nos achar delicados demais e sentir falta do brucutu que se esconde em cada um de nós?
A jornalista Martha Medeiros escreveu sobre esse tema com muita propriedade na sua coluna no Zero Hora. Dizia ela que independência significa escolha e escolher ficar com o homem que ama. Finalizou dizendo que as mulheres têm dito menos “eu preciso de você” ao passo que “eu amo você” nunca foi tão sincero. Concordo com ela. Precisamos nos preparar para acreditar nessa verdade.

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