terça-feira, 29 de julho de 2008

Identidade própria.

Segui um conselho do Jabor outro dia. Ele disse no rádio: vejam o filme Nome próprio. E teceu um belo texto em defesa do argumento do filme e principalmente da atriz. Como bom diretor de atores que foi defendeu a atriz com propriedade. Dou continuidade ao coro. Vejam Nome Próprio. É um filme que marca. Está além da questão de gostar ou não. É uma necessidade. Temos todos, seres humanos em busca de algo, que ver o filme. Camila, a protagonista é intensa, perdida e entregue. Assim como todos nós, mas Camila tirou o freio e se lançou no mundo sem se perguntar se sentiria dor das decepções que por ventura encontrasse. Sua busca era por si, pela busca de si mesma. O que ela mais queria era se encontrar. Ela começa sua busca por si no outro, assim como nós fazemos. Colocamos a culpa pela nossa felicidade, pelo nosso fracasso, pelo sucesso e por tudo mais no outro. Camila não é diferente. O que a diferencia de nós é a intensidade, por que Camila dá mais importância ao ser que ao ter. Mais sentir que ao viver. Viver com o sentido de busca pela vida e não pela busca do sentido. Camila vive na plenitude, com erros e acertos, mas com a busca sempre infinita. Camila tem sua meta traçada. Ela veio a esse mundo pra buscar quem é. Não para ser feliz, casar, ter filhos, construir casa, viajar... ela veio em busca de si. Acho que a busca de Camila é a busca de cada um de nós por nós mesmos. Perceber o que somos e o que queremos ser. Ser enquanto essência, e não como profissão, emprego ou status social. Outro dia fiz uma pergunta a um querido casal de amigos: - vocês mudaram muito a sua essência quando se perceberam como pessoa, um ser humano autônomo, quando tinham por volta de 7, 8 anos de idade? A resposta deles foi igual a minha. Não. Não mudamos. Todos nós mudamos os gostos, acrescentamos algumas coisas, retiramos alguns medos, mas a essência do ser continua inalterada. Continua intocada, incólume. Façam-se essa pergunta. Respondam a si mesmos. Descobri que essa minha essência estava jogada em um canto qualquer, esquecida, escondida pelo trabalho, projetos e anseios de uma vida confortável. Mas quando enfim, chegar o dia em que esses projetos estarão completos, o que me restará? Olharei para dentro e verei aquele mesmo garoto de 7 anos que descobriu que seus medos, anseios, desejos, são a base para a formação do que ele se tornou. E espero sinceramente que a minha essência esteja ainda inalterada e que tenha me ajudado a chegar aonde chegarei.

Vejam o filme, vale a pena. Aliás, eu adorei

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