sexta-feira, 25 de julho de 2008

100 anos de paixão na solidão.

Uma amiga querida lendo um dos meus textos no Blog comentou: você deve colocar aqui aquela história dos cem anos do Galo que você viveu no USA. Pensei, é tem razão. O causo é bom. Mas pensei um tempo antes de me arriscar, afinal de contas nunca me meti a escrever sobre futebol, ainda mais com referencias como o mestre Armando Nogueira, Nelson Rodrigues - O Mestre Jedi e outros tantos, passando até por Chico Buarque. Assim, o risco é grande. Mas como esse mineiro aqui tem medo de pouca coisa. Vamo lá!

Essa é primeira vez. Como foi também meu Debut fora do país. Confesso, não morro de amores pela América do Tio Sam, mas minhas irmãs moram lá. Fui vê-las nas férias. Lembrei de levar comigo amarelinha da seleção, um dos símbolos mais reconhecidos mundialmente do nosso país. Pensei comigo, os brazucas têm fama de boa gente, se a coisa apertar por lá, boto a amarelinha e tenho passe livre pra qualquer canto. Mas aí, com a mala já pronta e fechada, lembrei do manto sagrado. A camisa do Glorioso. Para quem não conhece, o Galo. Ou com nome e sobrenome; Clube Atlético Mineiro. Não quis nem saber. Saí alguma coisa pro Galo entrar. Dito e feito. Tirei alguma coisa que nem lembro mais o que e entrou a camisa nove. Eternizada pelo ídolo Reinaldo, o Rei. Afinal de contas o Galo iria fazer 100 anos quando ainda estaria de férias na América.

Minha homenagem no dia do centenário foi vestir a camisa do Rei e sair desfilando com ela pela terra do surf. É, garota eu fui pra Califórnia. Nesse dia acordei e disse pra minha irmãzinha: hoje vamos tomar café da manhã na rua. Ela me olhou meio sonolenta e concordou, afinal foram 5 anos sem o Big Brother aqui. Devidamente vestido e pronto para bater pernas fomos nós. Depois do café, deixe-a no trabalho e comecei o desfile, parecia mais uma peregrinação. Fui a todos os lugares turísticos de Encinitas em um só dia. Até que me lembrei que havia uma loja de camisas de Soccer por lá. Nem pensei duas vezes. Fui lá. Quando entrei, camisas do mundo inteiro. Da Arábia, Egito, Austrália, os times mais famosos do mundo com e destaque para as seleções da Azurra e para Amarelinha. Um verdadeiro deleite. Dei uma circulada pelo local e cheguei no balconista. Perguntei pra ele se ele conhecia a camisa que eu estava vestindo. Ele com uma cara meio sem graça, mas com honestidade, disse que não. E comecei a contar a historia que esse time foi o primeiro campeão brasileiro de futebol, ou soccer, como queiram. Que naquele dia estava fazendo 100 anos da sua criação. Que era um dos times de futebol mais respeitados e queridos do Brasil. Que tinha uma torcida apaixonada e que nunca abandonava o time. Inclusive nos momentos mais difíceis. Por que era uma relação de amor do time com sua torcida. Até falei com ele: - abra o site da FIFA ai brow. Tem uma matéria citando os 100 anos do Galo. Ele abriu e viu o tamanho da importância do Clube. Me deu razão e mais atenção. Até por que eles acham que todos nós nascemos com a bola nos pés. Ganhei credibilidade e respeito do cara. Afinal de contas era um brasileiro falando de futebol. Para eles é a mesma coisa do Papa falando de Deus. No final da nossa conversa por que a essa altura ele percebeu que eu não iria comprar nada disse pra ele: Se você não tem uma camisa dessas aqui sua coleção está banguela. Saí de lá com a sensação de que havia nascido ali mais um atleticano. Quando esse gringo aportar por aqui com certeza irá ao Mineirão provar do rochedão e sentir o calor da massa atleticana.

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