terça-feira, 22 de setembro de 2009

Longas Noites

Ontem à noite, em meio chuva, te esperei. Aguardei-te para mais uma vez passarmos a noite juntos. Caminhar pelas largas nuvens que cobriam a nossa noite, pelos vastos campos, verdes pastos, lúgubres caminhos, com minhas mãos molhadas atadas às suas. Quando você chega faz meu coração acalmar, minha respiração ir mais fundo e meus olhos piscarem menos. Tudo para que eu não perca nem um segundo das suas parcas vindas ao meu tarde mundo onírico. Seu coração puro de menina, seu modo simples e casto de ver o mundo, falam mais de você do que julgam os olhos dos outros. Eu que a tenho em minha alma sei, tu és menina vestida de mulher. Ainda tens os medos dos trovões das madrugadas. Sei que ainda se encolhe na cama no relampejar de entre as nuvens. Saiba minha gueixa, que aqui tens seu porto, seu seguro. Chegue quando as tempestades se fizerem fortes, quando o cansaço bater e quando quiser dividir a felicidade dos bons ventos. Tens as portas e janelas abertas com brisas claras e brandas para o seu pouso. Fique o quanto quiser e esteja sempre. Mas se tiver que se ir que vá sem dar sinal. Vá de abrupto jeito a fim de diminuir o dolo da falta que ficará no vazio do seu espaço.
Espero-te nas noites de estrelas, ou não. De luas ou não. De nuvens ou não. Enquanto você não vem, não solto meu barco do cais, não retiro as amarras e fico num misto de ir e vir entre o sonho e o desperto.

Nenhum comentário: