sexta-feira, 10 de abril de 2009

O Resultado da forma

Nesse nosso mundo de resultados, números, sobe e desce de balanços econômicos e financeiros, onde damos mais valia aos resultados, um detalhe, que pode não ser somente um pequeno detalhe, me veio ao pensamento. Temos dado toda a importância ao resultado final. Ao quanto alcançamos de nossas metas, ao quanto temos no banco, quanto tempo viveremos e deixamos num segundo plano a forma. Como vivemos, como conquistamos, como convivemos com o outro ao nosso lado. Essa crise que aí está, (prometi escrever de temas perenes eu sei, mas essa crise é somente um pano de fundo para algo mais relevante e ilustrará bem o que quero dividir com você, além do quê sofreremos sua influência por um longo tempo ainda) não é somente uma crise de números e quebras de bancos. Não sei nada de economia para falar das causas e dos efeitos dessa crise ou de outra qualquer, mas o que me preocupa nesse caso é a forma como chegamos aqui. Todos nós fomos, ou somos obrigados a atingir nossas metas, quaisquer sejam elas, pessoais ou profissionais, não importando os métodos para que esse ponto seja atingido. Para aqueles que questionam o mundo que o cerca, quando o resultado é atingido fica um vazio e começa o balanço pregresso do que foi feito para se chegar ao alvo. A partir daí sua caminhada aos passos do passado começa a tomar forma. E de maneira lenta e gradual algo incômodo vai tomando conta da sua alma. É o questionamento de como se chegou aonde chegou. Como se foi parar no ponto em que está. E mais que os resultados obtidos essa é a primeira pergunta que nos fazemos. A forma importa. O como chegamos, a forma como fizemos para chegarmos onde estamos é o que nos resta quando atingimos ou não nossa meta. O que isso tem haver conosco e com essa crise? Observem. As pessoas não eram levadas em conta antes da crise. Simplesmente tentávamos reduzir custos para obter o máximo de lucro. Com isso achatando os salários e dando condições insalubres para os trabalhadores, para que obtivéssemos o maior dos lucros. Agora, sem os empregos, as empresas percebem que as pessoas são importantes, nem que seja para continuar consumindo. Muito marxista para o seu gosto? Pergunte a dez economistas o livro que eles estão na cabeceira para entender essa crise? Com certeza os dez responderão o Capital de Marx. A valorização do ser humano passa pelo tratamento pela forma como nos damos. Não quero cair no rumo do sermão, mas se incluirmos a forma nas nossas metas de vida nos daríamos muito melhor do que estamos indo hoje.

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