domingo, 5 de abril de 2009

Chiclete com Banana.

Não meus amigos. Não me rendi ao Axé. Essa bandeira eu vou carregar sempre. Não gosto mesmo e pronto! Além de outras coisas produzidas com um péssimo hálito que faz o ar já bastante pesado ficar putrefato. Mas vamos á mais essa. Semana de primeiro de abril passou. E não me recordo de ver tantas matérias nos meios de comunicação sobre a mentira. Matérias de todos os calibres em meios de comunicação sérios e outros nem tanto. Reviraram a história da mentira. Confesso que não sei se é mesmo verdade. Contaram mentiras cabeludas e descabidas nos microfones das estações de rádio de norte a sul do país. Chamaram psicólogos pra interpretar por que as pessoas mentem. Quando mentem e pra quem mentem. Fizeram as escabrosas pegadinhas com políticos na TV, para que finalmente os flagrássemos em mentiras em cadeia nacional. Nada de novo até então, correto? Sim, os jornalistas viram sem dúvida nenhuma o genial filme “A montanha dos sete abutres” e o aplicaram direitinho em suas explanações sobre a mentira. Convidaram a audiência a compartilhar suas mentiras e dizer por que e quando isso ocorria. Por causa disso lembrei-me de um dos golpes que sofri certa vez. Há alguns bons 20 anos atrás ouvia as pessoas dizerem nas ruas que havia uma banda nova por ai. Vinda da Bahia estava revolucionando o mundo da musica brasileira. Fiquei muito empolgado com a novidade e fui atrás pra saber mais. Como a internet nem existia, fui atrás das emissoras de rádio procurar a tal novidade. A emissora em que ouvia constantemente, a finada e saudosa Rádio Terra em BH, não tocava a tal banda vinda da Bahia. A programação continuava a mesma. Os melhores do gênero rock e blues. Talvez o programador não houvesse recebido o disco de vinil que era entregue pessoalmente pelo pessoal da gravadora semanalmente. Ou talvez houvesse um motivo não explanado para os ouvintes. Mas certamente a Terra não ficaria de fora. E se fossem bons mesmo, a emissora apoiaria um show dos caras na capital das Minas. Finalmente achei o nome da banda; Chiclete com Banana. Ainda sem ouvir a música que eles faziam pensei: deve ser algo genial! Claro que eu conhecia a música Chiclete com Banana. Um samba rock que dizia que se misturaria à música americana se encontrasse contrapartida na terra do Tio Sam. Fiquei mais ávido ainda. Talvez estivéssemos nos rendendo a Wilson Simonal, Jorge Bem (bem antes do Bem Jor). Talvez estivéssemos reverenciando Tim Maia mais uma vez e teríamos algo novo, original, genial, fantástico e realmente com uma pegada de brasilidade que esses três ai conseguiram dar. Teríamos a continuidade de uma coisa muito boa no Brasil. Finalmente! Você pode imaginar o tamanho da minha decepção quando ouvi do que se tratava né? Me senti enganado,roubado, ludibriado, usurpado e passado pra trás. Tal qual nossos empregados no Congresso Nacional fazem conosco. Um ultraje sem fim! Roubaram de mim um desejo. Um sonho. Uma vontade de ver algo bom sendo produzido num lugar improvável. Se bem que a Bahia já foi berço de coisas muito fundamentais pra nossa vida. João, Caetano, Gil. Os já nem tão mais novos Novos Baianos, além do genial Glauber Rocha e suas inúmeras idéias na cabeça. E outros tantos nas mais variadas formas da arte. O pior de tudo é que ainda andam por ai, sem honrar seus antecessores. Engraçado como uma mentira de um passado tão remoto pode ainda estar tão presente na minha vida. Deve ser por que andam contando-a todo ano. E pior, não contam somente no dia primeiro de abril. E fazem questão de todo mundo ouvir.

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