quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Uma das equações.

Uma das equações.
Uma das coisas que me gabo de ter são amigos. Eu tenho os melhores amigos que uma pessoa pode ter. Se você está lendo esse blog deve ser um deles, pois audiência aqui é feita por vocês e mais ninguém. Mas como todos aqui nessa terra, tenho alguns desafetos pela humanidade a fora. Alguns que andam por aqui, e outros que não mais. Foram escolhidos pelas suas idéias que divergem das minhas. Meio arrogante da minha parte? Sim, pode ser. Afinal de contas são pessoas importantes que nem sabem da minha existência. Por exemplo, Woody Allen. Esse cara só fez uma coisa certa na vida, aproveitar sua fama pra ovacionar o grande Ingmar Bergman. Descartes. Esse sujeito com sua mania de mensurar tudo virou sinônimo de exatidão. Só esqueceram-se de contar pra ele que de exata a vida tem pouca coisa. Então que ele fique na sua esfera e não venha com sua matemática mensurar o tamanho dos sentimentos. Existem outros, mas me atenho a esses dois que me inspiraram nesse tema. Não é por que eu não goste deles que não possa admirá-los, certo? Umas das questões que me assombram há muito tempo é sobre os encontros e desencontros das pessoas. Existem tantas coisas que nos fazem nos aproximar e tantas outras que nos afastam que é difícil ficar impassível frente a essas forças de atração e repulsão. Mas gostaria de dividir com você quanto nós exigimos de nós mesmos para sermos o que o outro deseja, e em contra-partida quanto nós esperamos do outro para que se encaixem nos nossos planos. Imaginem o que uma mulher precisa ter, ou ser para agradar alguém: ela precisa ser bonita, por que senão ela não tem chance frente as suas concorrentes, gostosa – o sex apeel é fundamental, charmosa, sem esse requisito os outros dois perdem a importância, inteligente, com bom futuro profissional, bom humor, ter bom gosto, ou pelos menos os gostos parecidos com os seus, gostar dos seus amigos na mesma medida em que eles gostem dela. Que tenha tido uma vida com outras pessoas sim, afinal não queremos uma amadora de primeira viagem, mas que esses relacionamentos não mais interfiram na sua vida e, por conseqüência não os afete. Ter idade próxima a sua, ou que possam construir uma vida juntos. Além dessas poucas coisas, ela precisa estar apaixonada por você e você por ela. Com relação aos homens elas pedem que nós sejamos isso tudo ai em cima além estarmos sempre prontos para o sexo, que adivinhemos seus períodos e que saibamos quando ou não querem conversar. Ser seguro é como o charme para as mulheres, sem a segurança, sem chance. Homem não pode nunca ser frágil. A intenção não é causar polêmica, mas quando percebi que tudo isso eu procurava numa mulher e as mulheres procuram essas, e outras tantas, em nós, descobri como é ingrata essa procura pelo par ideal, pelo amor perfeito, pela figura da sua vida. Talvez se fôssemos mais simples, menos exigentes e déssemos mais que pedimos encontraríamos o calor que nossos corações perderam ao sair pra vida. Precisamos ajudar o destino, dar uma forcinha para os cupidos, facilitar a vida de quem nos quer bem e o mais importante reconhecer, saber que chegou onde queria. Por favor, não me perguntem quais são esses sinais. Se quiserem, perguntem a Descartes, ele deve saber quais os componentes dessa equação. Ou ao catártico cineasta acima citado, que pensa que discorre tão bem sobre os conflitos humanos. Depois me contem. O certo não é exigir X ou Y da figura querida, mas confiar nos sinais que tocam fundo o coração. Aí sim, teremos a possibilidade de encontrarmos essa pessoa. Ou essas. Quem disse que tem que ser somente uma?

Nenhum comentário: