quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Do re-encontro do amor perdido.

Quando eles se re-encontraram na manhã sem sol e sem chuva, ele não pensava que seria no mesmo local em que se falaram há anos atrás. Quando ela caminhava em sua direção, com as mesmas belas formas, com seu jeito pálido, mas nada tímido de pé ante pé ele suspirou fundo e foi ao encontro dela como se entrasse no salto de uma cachoeira sem fim. Perguntou-lhe onde estavam seus cachos ruivos que chamaram sua atenção para os olhos esverdeados que ela ostenta na bela e formada face. Trocaram sutilezas, delicadezas elogios e surpresas. Foram anos trocando somente pensamento quando estavam com amores mais novos que os seus. Lembravam de si em momentos tristes que se transmutavam em felizes por suas presenças. Quando pensaram em si, mesmo com um oceano de distância, era vívida a lembrança do tempo em que se amaram juntos. O tempo, aliás, foi cúmplice desse amor. Não foi prerrogativa somente desse. O tempo é aliado do amor. Cura suas feridas e aceita as boas memórias. Viveram entre o café de uma manhã, lembranças doces que os fizeram os seres que são hoje. Poucas e ternas palavras foram ditas. Não fizeram falta. A velha cumplicidade do olhar, do sentir estava de volta. Algumas lágrimas. Sutis asperezas. Provas das promessas que foram cumpridas, entregues. Retomaram de onde foram interrompidos. Pensaram em voz alta o que poderia ter sido o passado, o que poderia ter sido o futuro. Mas do que dizer do passado, se perguntaram se aquela história teve fim ou não. Mas eles sabem que no fundo aquela história depende de ter fim se eles quiserem que tenha.

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